domingo, 27 de setembro de 2009

Curso e C - Aula 5: Arquivos

Hoje vou "esticar" um pouco mais o assunto mas semana que vem piora! Estou brincando, vamos lá que tem muito o que falar .. fiquem tranqüilos, tudo é normal e o aprendizado sempre faz parte de uma fase, depois as coisas vão se encaixando e fica tudo mais tranqüilo, todos conseguirão superar.

Extensões de arquivo

Existe uma convenção usada pelos compiladores para denominarmos os programas escritos em C e todos elementos que se referem ao conjunto programa. As denominações encontradas são:

O fonte do programa: nome_do_programa.c
Arquivo Objeto: nome_do_programa.o
Arquivo no formato executável: nome_do_programa ou nome_do_programa.exe (não Linux)
Arquivo de cabeçalho: Nome_da_Biblioteca.h
Biblioteca: libNome_da_Biblioteca.so libNome_da_Biblioteca.a

O final do arquivo após o ponto (c,o,a,so ou nada) identifica o tipo de arquivo para o compilador. Ele usa isso para gerar o executável. Os arquivos objeto e executável podem ser deletados sem problemas, são fáceis de serem gerados. Já o .c é o fonte do programa, ele que contém o código real do que o programa fará. Para executar o compilar, você deve:

cc -o nome_do_executável nome_do_programa.c

Que chama o CC, ou, C Compiler, em geral o GCC, compilador C da GNU.

Um detalhe interessante de se saber é como parar a execução de um programa. Todo sistema tem sua forma particular de fazer isso. Em geral, devemos pressionar Ctrl (tecla Control) junto com C, ou junto com Z, ou mesmo D.

Outra, o comando ls é equivalente ao DIR do DOS e permite listar os arquivos do diretório atual. O comando cd, change dir, também é equivalente a outros sistemas, serve para trocar de diretório.

O arquivo de cabeçalho mais comum existente hoje é o padrão de entrada/saída, da biblioteca C padrão.

Para incluir um cabeçalho, adicione ao código fonte:
#include cabecalho.h
em cima do programa.

#include "meu_cabecalho.h"
para incluir um arquivo pessoal, que esteja no diretório atual.

#include quando ele se encontra em um dos diretórios padrão, como /usr/include.

A diretiva #include é um comando para o pré-processador, que falaremos em outra semana.

Existem situações que não precisamos dizer cabeçalho algum ou ter bibliotecas chamadas explicitamente, todo programa utiliza a biblioteca c padrão, libc. Sempre. Ou seja, programas que utilizam de suas funções não precisam que a chamem explicitamente.

#include
main() {
printf ("Biblioteca C padrão incluida\n");
printf ("Cozinhando com C e Linux!");
}

Um programa que use funções matemáticas, como por exemplo "seno", precisará adicionar os cabeçalho da respectiva biblioteca matemática.

#include
#include

main ()

{
double x,y;

y = sin (x);
printf ("Biblioteca matemática ok!");
}

Existem variações de sistema para sistema. Isso em relação a mouse, desenhos de janelas, propriedades do terminal e várias outras situações. Necessariamente, você terá que procurar no manual do sistema (man função, uma ajuda e tanto) ou do compilador.

Não importa quantas bibliotecas você usará, sua limitação será em geral memória, toda biblioteca adiciona o fonte e o código objeto. Sistemas Operacionais como o Linux tem a capacidade de distinguir e pegar apenas as funções que interessam. Já outros, são obrigados a adicionar todos os códigos na memória, e depois de já ter perdido tempo e espaço.

A forma de um programa em C

C é uma das linguagens mais flexíveis em termos de formato já existentes. É uma linguagem livre de formato. Isso quer dizer que não existem regras de onde quebrar linhas, botar chaves, e assim vai. Isso é ao mesmo tempo vantajoso mas perigoso. A vantagem é que o usuário tem a liberdade para criar um estilo que melhor lhe atenda. A desvantagem é que programas "bizarros" podem aparecer, e de impossível manutenção. Algumas dicas de se escolher uma estrutura bem definida:

* Programas maiores são de gerenciamento possível só se estiverem bem organizados.

* Programas são entendidos somente se os nomes de variáveis e funções condizem com o que fazem.

* É mais fácil achar partes de um programa se ele tiver bem ordenado, é impossível num programa totalmente desorganizado e "macarrônico" se achar algo.

Simplesmente regras rígidas na hora de escrever um programa não significam que ele terá êxito. Experiência na programação, muito bom senso e clareza de idéias são fatores decisivos na hora de se programar.

Até a próxima semana.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Curso de C: Aula 4 - Conceituações necessárias

Como foram de descanso? Semana passada realmente estava meio sem tempo, e resolvi aumentar o nível esta semana. Vamos ver a opinião de vocês no final, vou adiantando que hoje muita coisa é referência e de cultura geral, mas tem muitos conceitos novos e necessários.

Falamos de alguns conceitos de Sistemas Operacionais, características poderosas herdadas dos velhos e robustos sistemas Unix e várias outras coisas.

Caso tenham problemas para entender de primeira, releiam o texto, é sempre o recomendado. Muitos não fazem isso, me mandam e-mail, sem problemas.

Vale ressaltar que dúvidas são comuns e sempre nos depararemos com elas, mas transpassaremos e chegaremos ao nosso objetivo.

Então...mãos na massa!

Quem realmente controla os programas?

Quem controla as ações mais básicas de um computador, é o Sistema Operacional. É o que podemos chamar de camada de software, que faz a interface (comunicação) entre os usuários e o Hardware(parte física da máquina, placas, circuitos, memórias). O objetivo básico é controlar as atividades do Hardware e prover um ambiente agradável para o usuário do sistema, que ele possa trabalhar com maior grau de abstração(se preocupar menos com problemas relativos ao tipo de máquina, como ela funcione e pensar mais no problema real que tem de ser resolvido).

O Sistema Operacional(SO), tem dois componentes básicos importantes para o usuário : sistema de arquivos e interpretador de comandos. O SO é que coordena todo tráfego de saída e entrada de informações. Por exemplo, ele que determina o que vai para a tela, o que vem do teclado, movimentos do mouse, etc...

O Interpretador de comandos aceita toda interação com o usuário, e faz todo trabalho de gerenciamento, analisando o que vem do usuário, por exemplo, e entregando para o SO de forma que ele entenda. Ele é uma interface, digamos assim, entre usuário e SO. Faz com que eles falem a mesma língua, para simplificar a história.

O interpretador de comandos é conhecido no mundo Linux como SHELL (pode variar para outros sistemas).

Interfaces Gráficas

Uma questão interessante é separarmos os termos, Back-end e Front-end. Back-end, é a parte core(a parte interna, o código que executa realmente as tarefas). A parte gráfica é conhecida como Front-end, é uma capa, como se fosse a casca, embalagem, a apresentação do trabalho. Não há dúvidas, que situações existam que essa "cara bonita" necessariamente deve aparecer.

As linguagens de programação e o C

Quando várias das linguagens de programação antigas foram desenvolvidos, elas foram criados para rodar em computadores de grande porte(grandes máquinas de tamanhos de prédios, depois andares, depois salas...), Sistemas Multi-Usuários(vários operadores usando o sistema ao mesmo tempo), time-sharing((tempo compartilhado), todos esses usuários dividiam uma fração(parte) da unidade de processamento) e eram incapazes de interagir diretamente com o usuário(vários detalhes técnicos são citados meramente como curiosidades para aprendizado histórico, não se preocupe caso tenha fugido algo).

O C é diferente de tudo isso pois possui um modelo de implementação de forma bem definida, e melhor desenhado. Podemos dizer que o C é um primor em termos de design. Todos mecanismos de entrada/saída de dados não são definidos como partes fixas da linguagem, imutáveis e embutidos no código. Existe um arquivo padrão, que deve ser declarado(explicaremos, mas podemos entender como chamado, utilizado) no começo do programa, que ensina ao C como ele deve se comportar em situações de entrada/saída, no computador que ele está rodando.



Quando mudamos de arquitetura, é só mudar este arquivo. Ele é conhecido como Biblioteca C padrão(ainda explicaremos melhor isso tudo). Ela é padrão no sentindo de implementar(ter para executar) um conjunto de instruções que todos os computadores e SO's devem implementar, mas são especialmente adaptados ao seu sistema atual. Basicamente, ela existe em todos os tipos de sistemas, funciona de forma padrão, mas, é internamente escrita para a arquitetura de computador que você está utilizando(arquitetura == tipo). Lembre-se, não se vive simplesmente da arquitetura Intel, i386. Existem diversas outras por aí, uma característica marcante do C é sua portabilidade(capacidade de rodar em múltiplas plataformas).



Dispositivos de Entrada/Saída

O Sistema de Arquivos do Linux pode ser considerado parte ativa do Sistema de Entrada/Saída, fluxo de dados, em sistemas Unix-Like(Linux também). Em vários SO's, ele próprio coordena os recursos/movimentação entre entrada/saída, isso tudo através de arquivos ou fluxo de dados.

O C faz isso tudo implícito (herdado dos Unix). O arquivo de onde o C geralmente pega a entrada, chama-se stdin, que quer dizer Standard Input(ou entrada padrão). Ele geralmente costuma ser o Teclado. O arquivo correspondente para saída, é conhecido como stdout, ou Standard Output (saída padrão). O monitor de vídeo faz esse papel.

É importante deixar claro, que o monitor e nem o teclado, são arquivos. Eles são periféricos reais(não é possível reler algo que foi enviado ao monitor ou rescrever para o teclado).

Devemos representa-los através de arquivos, mas devemos entender, que o arquivo de entrada padrão, teclado, serve apenas para leitura. Já o monitor, de saída padrão, simplesmente trabalha com escrita. Nota-se, características de escrita e leitura bem definidos.

Porque utilizá-los ?

Uma boa explicação para utilizarmos os tais arquivos é nos abstermos de como funcionam a fundo, é realmente essa "camada" de abstração. Pensarmos simplesmente em utiliza-los (tudo ficará claro com o tempo). Com isso criamos essa camada que pode ser utilizado com diversos outros tipos de periféricos, de forma igualmente transparente e fácil.

Os nomes do arquivos de dispositivos, em geral são conhecidos por abreviaturas de seus nomes originais. A impressora, por exemplo, é conhecida como LP, ou Line Printer.

Por hoje é só. O que acharam ? Espero que tenham gostado, aguardo o feedback. Até a próxima !

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Curso de C - Aula 3: Palavras Reservadas

Oi pessoal! O que acharam da semana passada? Não se preocupem se não entenderam alguns detalhes, e' só mandar e-mail. Muitas das questões tratadas nas postagens passadas são teóricas demais e demora um tempo para se acostumar. A programação em si é mais fácil do que parece. Nesta nova postagem, trataremos de algumas coisas interessantes, entre elas as palavras reservadas do C.

O que vem a ser palavras reservadas? São palavras que têm significado especial na linguagem. Cada palavra quer dizer alguma coisa e em C as instruções são executadas através do uso de palavras chaves previamente determinadas que chamaremos de palavras reservadas. Elas não poderão ser usadas para outras coisas, alem do determinado para o C, mas entenderemos mais a fundo o que isso quer dizer com o tempo.

Para o C conseguir trabalhar ficaria complicado distinguir quando uma dessas palavras especiais forem usadas como variáveis ou com instruções. Por isso, foi determinado a não utilização desta para outra coisa senão comando e afirmativas.

Abaixo está a lista dessas palavras. Relembrando, o C entende, tais palavras apenas em letras minúsculas (não funcionará se você colocar em maiúsculas).


auto, break, case, char, continue, default, do, double, else, entry, extern, float, for, goto, if, int, long, register, return, short, sizeof, static, struct, switch, typedef, union, unsigned, while, enum, void, const, signed, volatile.

Todo conjunto de palavras reservadas acima são o conjunto das instruções básicas do C. Aparentemente, parecem poucas e você na prática usará apenas algumas poucas delas. Tal fato acontece pois uma das facilidades do C é a utilização muito natural de bibliotecas que funcionam como acessórios para o C (como plugins do seu netscape). Tais bibliotecas (conjunto de funções) não fazem parte intrínseca do C, mas você não encontrará nenhuma versão do C sem nenhuma delas. Algumas são até tratadas como parte da linguagem por serem padronizadas.

Bibliotecas
Como dito anteriormente, funções são uma forma genérica de resolvermos problemas. É como uma caixa preta, você passa os dados para ela e recebe o resultado.

Vamos supor que tenho uma função de realizar soma, eu só me preocupo em passar para ela os números que desejo ver somado e a função se preocupa em me entregar o resultado, o que acontece lá dentro é problema dela.

Através deste método, dividimos os programas em pedaços de funcionalidades, genéricos e pequenos de preferência, com intuito de utiliza-lo futuramente em situações que sejam convenientes.

Assim como soma, pode-se fazer uma função de subtração, multiplicação, divisão e várias outras e juntando-as se cria a tal famosa biblioteca.

As bibliotecas em si podem ser utilizadas por vários programas. Estes utilizam os subprogramas(funções!) desta mesma biblioteca tornando o programa gerado de menor tamanho, ou seja, o executável só vai possuir as chamadas das funções da biblioteca e não o incluirá no executável.

Só para esclarecer, tenho uma biblioteca que desenha botões em janelas(GTK faz isso). Na hora que se for criar uma agenda, por exemplo, utilizo as funções desta biblioteca sem precisar rescrever estas mesmas funções neste programa.

Em geral, utilizamos algumas funções já prontas para fazer determinadas tarefas que são consideradas básicas. O programador não costuma fazer uma rotina que leia diretamente do teclado ou imprima na tela um caracter.

Isso já existe e é bem implementado (uma coisa interessante de se entender em programação é, o que já existe de bem feito e pode ser utilizado deve ser utilizado). Seu sistema não será menos digno ou pior se você utilizar uma rotina que todo mundo utiliza em vez de ter a sua própria. O que importa e a finalidade do programa e o quão bem implementado ele esteja.

Tais funções que falamos, básicas, fazem parte da biblioteca C padrão (citada acima). Todo compilador C a possui, ele faz parte da padronização ANSI C. Seu compilador, independente do sistema que você utiliza, deve possuir. Outras bibliotecas a mais, além das padronizadas pelo ANSI, também vem junto com seu compilador porém não é recomendado a utilização, caso você queira escrever programas portáveis (que rode em todas as plataformas). Podemos aqui citar programação gráfica, de rede, etc como casos que são "perigosos" para programação portável. Não estou dizendo que você não deve programar para estas áreas, futuramente haverão tutoriais para essas áreas por aqui, porém deve atentar-se que tal programação é peculiar a plataforma que você está utilizando e fazer algo padronizado portável torna-se quase impossível.

Printf():
Se desejamos citar uma função invariável e já consagrada que não é da linguagem C, porém já pode até ser considerada é a função printf(). Ela está contida na biblioteca padrão de entrada/saída (a barra eqüivale a palavra e tal biblioteca se chama stdio.h, o .h eqüivale a terminação de biblioteca, header em inglês).

A função printf quer dizer print-formated, ou imprimir formatado. A maneira mais simples de imprimir algo é:

printf("algum texto aqui!");

Bem, comecemos então. Caso você não queira imprimir uma coisa fixa, um texto, mas sim algo que varie durante a execução de um programa, digamos uma variável. Chamemos de controladores de seqüência os caracteres especiais que significarão as variáveis que serão impressas pela função. O lugar onde o controlador for colocado é o lugar onde a variável será impressa. Por exemplo, caso queiramos imprimir um inteiro.

printf ("O inteiro vale: %d, legal!", algum_inteiro);

A saída será:

O inteiro vale: 10, legal!

onde 10 é o valor dado a variável chamada "algum_inteiro" (sem aspas)

Exemplo básico de um programa em C:
/*************************************************************/

/* Primeiro exemplo */


/************************************************************/

#include /* Aqui incluímos a biblioteca */

/* C padrão de Entrada/Saída */

/***********************************************************/

main () /* Comentários em C ficam nesse formato! */

{

printf (" nosso exemplo número %d em C !", 1);

printf ("Hello World! Que desse exemplo número %d surja o %d .. \n", 1, 1+1);

printf ("E depois o %d ! \n", 3);

printf (" To meio sem criatividade e venceu de %d X %d de mim!", 1000, 0);

}

Saída:

nosso exemplo número 1 em C !
Hello World! Que desse exemplo número 1 surja o 2 ..
E depois o 3 !
To meio sem criatividade e venceu de 1000 X 0 de mim!

Até semana que vem !

domingo, 6 de setembro de 2009

Curso de C - Aula 2: Compilador

Terminei a postagem da semana passada falando de compiladores, espero que tenham gostado.

Vamos relembrar pontos interessantes: Usar um compilador, uma linguagem compilada não é o mesmo que usar uma linguagem interpretada, como Perl. Existem diferenças na forma de execução. Porém, a implementação é opção de quem criou a linguagem.

Um programa em C é elaborado em dois passos básicos:

O programa é escrito em texto puro num editor de texto simples. Tal programa se chama "código fonte" (source code em inglês). Passamos o código fonte para o compilador que é o programa que gera um arquivo num formato que a máquina entenda.
O compilador trabalha, em geral, em duas fases básicas:

O compilador gera, através do código fonte, um código intermediário que ajuda a simplificar a "gramática" da linguagem. Como o processamento subsequente agirá: um arquivo "objeto" será criado para cada código fonte. Depois, o linkador junta o arquivo objeto com a biblioteca padrão. A tarefa de juntar todas as funções do programa é bastante complexa. Nesse estágio, o compilador pode falhar se ele não encontrar referências para a função.

Para evitar a digitação de 2 ou 3 comandos você pode tentar:

$ gcc fonte.c

ou

$ cc fonte.c

que evitará esse inconveniente.

Na maioria dos computadores, isso gerará um arquivo chamado "a.out", para evitar isso você pode utilizar a opção -o, assim fica:

gcc -o destino fonte.c

O seu programa se chamará destino e será o derivado do fonte chamado fonte.c.

Erros
Erros são provocados sempre pelo programador. Existem basicamente dois tipos de erros:Lógico e de Sintaxe

Os erros de sintaxe são os melhores que podem acontecer. Você é capaz de identificá-lo durante a compilação do programa. Ou seja, não existe um efeito desagradável na execução do programa, ele não pode fazer algo que seja impossível ou não determinado previamente na linguagem (==gramática).

Em geral, quando os compiladores encontram um erro não terminam imediatamente, mas continuam procurando e ao final do programa mostram indicativamente onde os erros se encontram e do que se tratam. É a mesma coisa que uma correção ortográfica, você nunca pode falar nada errado ortograficamente nem gramaticalmente, o compilador não deixa.

É bastante traumatizante para alguém, fazendo seu primeiro programa, obter um erro e ver diversas linhas de erro e avisos "estranhos". Não se assuste nem se desmotive, pode ser um simples ponto e vírgula ou um detalhe bobo. Com o tempo e a experiência você começará a se acostumar e aprender a lidar com isso.

Caso não tenha erros de escrita, o compilador transformará o seu código fonte (texto puro) em código de maquina (os tais 0's e 1's, o que a máquina entende) e você poderá executa-lo. Bem, e se a lógica do programa estiver errada? Este tipo de erro não pode ser detectado pelo compilador.

É como se você falasse todas as coisas certas, desse todas as ordens entedíveis para um empregado seu por exemplo porem com inconsistência de dados.

Exemplificando hipoteticamente, você pode falar com seu empregado e ele não entender o que você está expressando e assim ele não conseguirá executar a tarefa e reclamará. Por exemplo, falando em japonês com ele! (erro sintático). Você explica tudo certo para o seu empregado, ele entende tudo porém a explicação é inconsistente. Por exemplo, manda ele ir para uma rua que não existe ou comprar algo que não existe (erro de lógica).

Tais erros podem acarretar algumas conseqüências graves como o programa terminar repentinamente ou o programa funcionar incorretamente e gere dados inconsistentes

Alguns detalhes interessantes para você que está começando a programar, por exemplo, caso você tenha algum erro e conserte-o você é obrigado a compilar o programa novamente para que este tenha efeito, caso contrário o executável não reflitirá o atual código fonte, essa conversão não é automática.

Outro detalhe importante, o C, como tudo no mundo Linux/UNIX, difere letras maiúsculas e minúsculas (case sensitive em inglês). Ou seja, você tem que obedecer esse critério e atentar-se a isso. O comum é colocar tudo em minúsculas, com exceção das strings que ficam a gosto do programador.

Outra coisa importante, o C (como a maioria das linguagens atuais) exige que se faça uma listagem de todas as variáveis do programa previamente. Ou seja, não existe uso dinâmico de variáveis e tudo que você usa tem que ser previamente declarado.

É como na construção de um prédio, todo material (tijolos, cimento, madeira) tem que ser calculado e comprado antes pois na hora que você precisa usar um tijolo, você não fala, quero um tijolo e ele aparece na sua mão.

Exercício I
Algumas perguntas básicas que você deveria responder depois a primeira e segunda postagem sobre C Básico.

A linguagem C é alto ou baixo nível? Qual a relação de C com outras linguagens de programação nesses termos?

Qual a filosofia da linguagem estruturada? Qual a vantagem? Exemplifique.

A linguagem C é compilada ou interpretada? Qual diferença? Qual é melhor?

O que é um compilador?

Como um programa C roda?

Como se compila um programa em C?

As letras maiúsculas e minúsculas são diferenciadas?

Quais os tipos de erros que existem em C e qual é o preferível ?

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Curso de C - Aula 1: O primeiro passo

Introdução:
Começando uma seção de programação do nosso site e daqui para frente semanalmente vou colocar as aulas de C que estou convertendo para o formato ONLINE.

Com o intuito de uma introdução teórica, utilizaremos a linguagem C, a linguagem de programação mais utilizada no mundo. Vários dos meus artigos tem base em outros artigos/sites (a maioria do exterior, senão todos) como fonte de pesquisa. Procure por estes na área de links, sempre estarão disponíveis e serão muito úteis para consultas futuras e aprofundamento no assunto.

Não espante-se com alguns termos e vários conceitos novos, o ato de programar é mais fácil do que parece, não se assuste, com um pouco de leitura e tempo para praticar você pode tornar-se um bom programador C.

"Programar é o ato de pensar utilizando-se algumas padronizações (pré-definições). Aqui vou tentar direcionar como você deve canalizar seus pensamentos para resolver os problemas propostos e te colocar a frente das padronizações da linguagem C".

Programar é só isso, resolver problemas da vida real de forma "entendível" ao computador. Mostrar-lhe como você fez em uma linguagem que ele entenda.

Um bom programador C, o que você tende a ser tornar, é algo que está em falta no mercado. Se tem a idéia que o mercado de programação está saturado e tem programadores saindo pelas janelas. Não é verdade. O que não falta por aí na verdade são programadores de "linguagens" visuais e programas populares de propósito superficial e de rápida implementação que não servem para o "trabalho pesado", está área sim, está saturada. Fora que se você for administrar um ambiente UNIX, C será um diferencial no seu dia-a-dia. Pode apostar.

Irremediavelmente, quando uma empresa precisa fazer um programa "pesado" (algo robusto e flexível ao mesmo tempo, bem modelado e que utilize toda potencialidade possível de sua máquina) ela tem que utilizar o C, e a falta programadores desta área é notória. É uma mão de obra muito escassa e que cada vez mais ganha destaque e valor no mercado.

Como nem todos tem a sua disposição um servidor com UNIX ou não tem Linux eu vou usar recursos visuais, front-end gráfico que faz o programa parecer mais amigável, mas isso é casca, perfumaria ... na verdade não importa muito. O importante realmente são os conceitos, é o que está acontecendo por trás, como as coisas funcionam e justamente isso que será nosso enfoque.


Senta que lá vem História:
Em 1973, Dennis Ritchie, pesquisador da Bell Labs rescreveu todo sistema UNIX para uma linguagem de alto nível (na época considerada) chamada C (desenvolvida por ele), para um PDP-11 (o microcomputador mais popular na época). Tal situação de se ter um sistema escrito em linguagem de alto nível foi ímpar e pode ter sido um dos motivos da aceitação do sistema por parte dos usuários externos a Bell e sua popularização tem relação direta com o exponencial uso do C.

Por vários anos o padrão utilizado para o C foi o que era fornecido com o UNIX versão 5 (descrito em The C programming Language, de Brian Kernighan e Dennis Ritchie - 1978. Se você está interessado em saber mais, vá para a introdução).

Começaram a surgir diversos diversas implementações da tal linguagem e os códigos gerados por tais implementações era altamente incompatíveis. Não existia nada que formalizasse essas compatibilizações e com o aumento do uso das diversas "vertentes" da linguagem surgiu a necessidade de uma padronização, algo que todos devessem seguir para poderem rodar seus programas em todos os lugares que quisessem.

O ANSI (American National Standards Intitute, Instituto Americano que até hoje dita diversos padrões) estabeleceu em 1983 um comitê responsável pela padronização da linguagem. Atualmente, a grande maioria dos compiladores já suportam essa padronização.

Trocando em miúdos, o C pode ser escrito em qualquer máquina que se utilize de tal padrão e rodar em qualquer outra que também o faça. Parece inútil? Não, na verdade isso é a semente de grande parte dos avanços tecnológicos que toda programação nos tem proporcionado no mundo de hoje. Com o tempo isso ficará mais claro.

Características da Linguagem C:
C é uma linguagem que alia características de linguagens de alto nível (como pascal, basic) e outras de baixo nível como assembly. O que isso quer dizer? Que C junta flexibilidade, praticidade e poder de manipulação da máquina diretamente e, por isso, não traz as limitações dessas linguagens, como dificuldade de uso, limitações na operação, etc. C permite liberdade total ao programador e este é responsável por tudo que acontece, nada é imposto ou acontece simplesmente ao acaso, tudo é pensado pelo programador e isso significa um bom controle e objetividade em suas tarefas, o que não é conseguido em outras linguagens que pecam em alguma coisa.

C é uma linguagem que podemos chamar de estruturada. Não queremos nos ater muito a nomenclaturas, mas ling. estruturadas são linguagens que estruturam o programa em blocos para resolver os problemas. A filosofia básica de uma linguagem estruturada é dividir para trabalhar, você divide um problema em pequenas partes que sejam possíveis de serem feitas. Por exemplo, temos um problema grande que é impossível de se resolver sozinho, dividimos este problema em pequenas partes simples que se integrando os pedacinhos acabam resolvendo o problema maior complexo.

Outra coisa atrelada a essa idéia básica de dividir para trabalhar é que as divisões sejam feitas de modo que os módulos sejam independentes ao máximo do contexto onde se está inserido.

O que isso quer dizer? Que os módulos tem que ter um caráter geral, independente, para que futuramente possa ser encaixado em outro problema que possa necessitar da tarefa que esse módulo realiza. Você precisa apenas saber o que a rotina faz e não como ela faz, isso pode ser útil para compartilhar código. Imagine que daqui a 1 ano, você tenha diversas funções desenvolvidas e deseje criar um programa com algumas similaridades do que você já criou. Simples, basta pegar as funções que você nem lembra mais como funcionam mas sabe o que elas fazem e encaixar no lugar certo do seu novo programa, economizará muito código e tempo.


Vamos a um exemplo, tem-se um problema de matemática de arranjo ou combinação (probabilidade? matemática combinatória?) Também não sou muito bom nisso:) e precisa-se calcular a fatorial de determinado número. Uma vez feita a função de fatorial, não importa como ela trabalha. O que me interessa é só passar como para metro para esta função o número que eu quero ter o seu fatorial calculado e receber o resultado pronto. Você só se preocupou uma vez em saber como funciona tal função para criá-la.

Outra situação, imagine você trabalhando em um grande projeto e seu trabalho ser parte de um problema maior. Você sabe o que tem, o que é recebido pelo seu módulo, o que ele deve trabalhar e qual saída deve gerar. Só com essas informações deve-se fazer o trabalho e futuramente entregar a alguém que não sabe como ele funciona e sim apenas as especificações pedidas. Ele simplesmente fará a inserção no contexto do programa. Note, nem você sabe o que o programa todo faz ou como funciona. Nem o responsável por juntar sabe como o seu programa funciona por dentro e sim apenas o que ele faz e onde deve ser inserido. Isso é bastante comum para quem trabalha com programação.

Compilada ou Interpretada:
C é uma linguagem compilada, utiliza de um compilador C para ser executado. Ao contrário de outras linguagens que utilizam de um interpretador para tal. Na concepção da linguagem é que se decide se ela vai ser compilada ou interpretada,
pois é um detalhe de implementação (que não deixa de ser importante). A priori qualquer uma poderia ser interpretada ou compilada.

Na verdade, quem faz um programa ser executado é também um programa, só que um programa avançado que lê todo código fonte (o que foi escrito pelo programador) e o traduz de alguma forma para ser executado, isso acontece em todas linguagens.

A diferença básica é que um interpretador lê linha a linha do fonte, o examina sintaticamente e o executa. Cada vez que o programa for executado esse processo tem de ser repetido e o interpretador é chamado. Já um compilador, lê todo programa e o converte para código-objeto (código de máquina, binário, 0's e 1's) e pronto. Sempre quando tiver que ser executado é só chamá-lo, todas instruções já estão prontas para tal, não tem mais vínculo com seu código-fonte.

Bem pessoal, muitos conceitos novos já foram dados por hoje. Aproveite essa semana para tentar instalar LINUX na sua máquina ou um compilador gcc para poder fazer os exercícios.

Uma boa semana e até a próxima !